quinta-feira, 5 de maio de 2011

Intimidade: Prós e Contras

Estava refletindo sobre relacionamento de todos os tipos e entre diversos tipos de pessoas e me veio à mente a palavra convivência e intimidade.
Ah... a  convivência ...  se não cuidarmos se torna penosa! "Viver "com" é aprender, é não estar apenas com nossa lente o tempo todo, é ceder, é ser também a gente e se colocar no lugar do outro. Mas no casamento a convivência pede mais, pede intimidade,cumplicidade e parceria. Vi uma definição interessante de intimidade no dicionário: s.f. Caráter do que é íntimo, secreto. E intimidade é isso,o que aparece apenas entre o par e ninguém tem acesso.É fundamental em um relacionamento. Mas excesso de intimidade pode complicar e para os que são casados vai uma sugestão: lembrem-se das delicadezas para não fazer o amor apagar ou desgastar. Tudo em demasia é prejudicial. Recentemente li um texto de Martha Medeiros que gosto muito e o acho bem pertinente. Espero que gostem!!!




As pessoas desancam o casamento. Dizem que o amor mingüa, que o sexo começa a rarear, que a rotina é acachapante. Dizem, dizem, mas as pessoas seguem casando e mantendo-se casadas por quilométricos anos. Qual é a boa dessa história? Uma jóia chamada intimidade. Íntimos, muitos acreditam, são duas pessoas que possuem relações físicas e emocionais entre si. É bem mais que isso. Intimidade é você não precisar verbalizar tudo o que pensa, é aceitar a solidão do outro, é estarem familiarizados com o silêncio de cada um. Intimidade é não precisar estar linda em todos os momentos, não precisar ser coerente em todas as atitudes, é rirem juntos de uma história que só eles conhecem o final.


Intimidade é ler os olhos, os lábios e as mãos de quem está com você. Mais do que repartir um endereço, é repartir um projeto de vida. Não basta estar disponível, não basta apoiar decisões, não basta acompanhar no cinema: intimidade é não precisar ser acionado, pois já se está mentalmente a postos.
Intimidade é não ter vergonha de ser o que a gente é, não precisar explicar coisa alguma, ser compreendido e brigar sabendo que nada irá se romper. Intimidade é não precisar andar na ponta dos pés pelos corredores de uma vida compartilhada.


Muitos mantém-se casados por causa desse idílio que é não precisar se anunciar todo dia como um investimento seguro, podendo inclusive usar aquelas camisetas puídas e comer o "s" de um palavra no plural sem que a sua cotação desabe. Só há uma coisa ruim na intimidade: a falta que faz um pouco de cerimônia.
Calcinhas penduradas no banheiro, o telefonema sempre na mesma hora da tarde, o arroto que dispensa o pedido de desculpas, o lençol amarfanhado, a TPM todo santo mês, o mesmo perfume, as mesmas reações, o mesmo cardápio. O lado negro de um matrimônio feliz.


O casamento dá uma intimidade rara, apaziguadora, salutar. Não há máscaras nem teatro: é o habitat natural de um homem e de uma mulher que se querem como são. A intimidade salva as relações extensas, a não ser quando as corrói. Contradição maquiavélica. O melhor e o pior dos mundos, nos obrigando a escolher entre o habitual e a novidade, entre a paz e a adrenalina, entre a rede e o salto. Sedução x segurança: que vença o melhor.
Martha Medeiros

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